Michel Guerrero lança o teatro documentário sobre vítimas de crimes de ódio

Criado pelo teatrólogo Michel Guerreiro, o espetáculo ‘É tempo de amar’ estreia nos dias 22 e 24 de julho no Teatro Gebes Medeiros, localizado na Avenida Eduardo Ribeiro, Centro, zona sul de Manaus. Serão quatro sessões, às 19h e 20h30, com entrada gratuita.

O espetáculo foi contemplado no edital LGBTQIPNA+ da Lei Paulo Gustavo 2023, por meio do Conselho Estadual de Cultura do Amazonas. O tem o suporte da Associação Cultural Apareceu a Margarida (Acam). O apoio cultural é do Centro de Artes da Universidade do Amazonas (Ufam), Instituto Cultural Hiléia Amazônica e Cine Carmen Miranda.

LEIA TAMBÉM: Arraiá Geek terá três dias de programação no Shopping Ponta Negra

A peça ‘É tempo de amar’ é um teatro documentário, dividida em três cenas e um epílogo, com dramaturgia escrita pelo teatrólogo Michel Guerrero, que assina também a direção e a iluminação. O elenco é formado por Geraldo Langbeck, Israel Castro e Ney o Virgem, que interpretam respectivamente, Joelma Andraus, Manuella Otto e Chiquinho Ribeiro. 

O espetáculo conta, ainda, com as participações midiáticas da drag queen Brenda Lamasck, dos atores Mário Jorgi e Gomes de Lima e da mãe de Manuella Otto, Hylma Souza. O artista teatral Sam Kelwen responde pela pesquisa musical junto a Michel Guerrero e executa a sonoplastia. O cineasta Juan Lopes é responsável pelas mídias da peça.

‘É tempo de amar’ é um tributo à vida da comunidade LGBTQIA+, dentro da configuração de um Brasil como um dos países que mais matam este grupo no mundo. Apresenta personagens reais que tiveram uma contribuição enorme à sociedade com seus trabalhos artísticos e sociais no estado do Amazonas, como a drag queen Joelma Andraus, o ativista político Chiquinho Ribeiro e a mulher trans e artista Manuella Otto, todos ceifados por crimes de ódio nos anos 2012, 2021 e 2023, respectivamente. 

A primeira cena é intitulada ‘Senhoras e senhores, Joelma Andraus’ e recria a noite do ‘Miss Amazonas Gay 2008’, sob apresentação de Joelma Andraus e Brenda Lamasck. A encenação utiliza-se de arquivos da época em conexão com a ação proposta. Depois, em 2012, ano de seu assassinato, Joelma Andraus decide parar de se apresentar nos palcos e relembra histórias de sua vida e de quando era uma das principais drag queens do Rio de Janeiro, ao lado de Rogéria, Isabelita dos Patins e Lola Batalhão, entre outras. Joelma foi cruelmente morta por um namorado e seus amigos, enquanto fazia uma festa em sua casa, no bairro Santa Etelvina.

Geraldo Langbeck, que vive a Joelma no espetáculo, destaca a importância de contar essas histórias. “Em uma época de incertezas e violências é sempre bom reviver grandes figuras que tiveram suas vidas ceifadas por pessoas desumanas e homofóbicas. Joelma Andraus foi uma delas, artista de grande talento e personalidade que viveu intensamente seus 68 anos e deixou uma marca indelével em todos que a conheceram. Joelma ou Waldir era humana, engraçada, generosa e talentosa, e é com grande prazer que hoje a estou representando nos palcos da vida, onde ela brilhou e deixou sua marca registrada. Jamais será esquecida!”, disse Geraldo.

‘O sorriso de Manuella’, título da segunda cena, traz as reminiscências de Manuella Otto, suas aspirações infantis com as artes cênicas e seu lado familiar e empresarial, chegando à transição de gênero. Manuella, vítima do ódio, foi assassinada por um policial militar em 2021, em um motel na zona norte de Manaus.

A última cena ‘O escâaaaandalo Chiquinho’ rememora a trajetória de Chiquinho Ribeiro no bairro do Coroado, de auxiliar de odontologia a assessor parlamentar, lutando por causas dos mais necessitados. Era uma figura muito popular e querida e seu crime chocou o Brasil, com o namorado o ameaçando em transmissão ao vivo nas redes sociais para depois consumar o ato. Já o epílogo é formado por homenagens às vítimas retratadas no espetáculo e um grito de justiça e de basta aos crimes de ódio à comunidade LGBTQIA+.

O post Michel Guerrero lança o teatro documentário sobre vítimas de crimes de ódio apareceu primeiro em Segundo a Segundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *