Quem nunca ouviu as histórias dos avós, pais ou tios que contam sobre os encantados da Amazônia? As lendas indígenas se popularizaram atravessando gerações. As histórias são capazes de mexer com o imaginário, entre as mais conhecidas estão a do Boto, Iara, Uirapuru, Lenda do Sol, Matinta Perera e Guaraná.
Pensando nessas histórias que fazem parte da cultura amazônica, o Segundo a Segundo separou uma lista com seis lendas bastante conhecidas na região.
Lenda do Uirapuru
O Uirapuru é conhecido pela sua beleza encantadora e raridade. O pássaro nas cores vermelha, cinza e laranja possui um canto angelical. Segundo a lenda, o pássaro é original de uma história de amor proibido. O Uirapuru era um jovem indígena apaixonado por Iaci, que era esposa do cacique da comunidade indígena onde viviam.
Mesmo sendo um amor proibido, eles se apaixonaram e foram flagrados juntos pelo cacique. Como punição, Uirapuru foi expulso da aldeia e ficou vagando pela floresta sozinho. Consumido pela solidão e angústia, o jovem chamou pelo deus Tupã, implorando para o fim de toda sua dor.
Foi quando Tupã transformou o jovem em um pássaro capaz de cantar uma melodia celestial, uma vez ao ano. Ao retornar à aldeia, seu canto alcançou a amada jovem indígena. Desde então, o Uirapuru se tornou um símbolo de amor eterno e esperança.
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Lenda da Matinta Perera
Uma das figuras mais famosas é a Matinta Perera, também conhecida como Mati-Taperê, possui um ar de mistério por suas características únicas. Ela é descrita como uma velha corcunda, com aparência de bruxa, que em forma humana fica vagando pela floresta. O mistério começa a noite, quando ela se transforma em um pássaro de mau agouro.
A Matinta se transforma em um pássaro de plumagem escura, geralmente um martim-pererê ou uma coruja-rasga-mortalha. Seu canto, descrito como um assobio agudo e penetrante, ecoa pelas noites causando arrepios em quem o escuta. Segundo a lenda, o seu assobio é um sinal de prenuncia de desgraças e infortúnios para quem o escuta. Além do assobio, acreditam que ela é capaz de controlar os elementos da natureza, como tempestades e raios.
Apesar do ar misterioso, a Matinta Perera também é conhecida como protetora da floresta, punindo quem desrespeita o meio ambiente.
Lenda do Sol
Segundo a lenda indígena, o Sol era uma pessoa chamada Kuandú. O Kuandú tinha três filhos, cada um representava diferentes tipos de sol, o primeiro filho aparecia na época da seca, o segundo aparecia na época da chuva e o filho do meio ajudava quando os dois estavam cansados. Depois de ser ferido pelo índio que teria matado o pai de Kuandú, o dia escureceu, fazendo com que os índios não pudessem trabalhar para a sua sobrevivência.
No lugar de Kuandú, sua esposa mandou que os filhos clareassem o dia. O primeiro foi, mas não aguentando o calor voltou e deu o lugar ao seu irmão. Este, cansado, deu lugar ao irmão mais novo. Desta forma conseguiam manter o dia claro revezando o trabalho entre eles
Quando é época de seca e o sol está forte é o filho mais velho que está fora de casa, quando o sol é mais fraco é o filho mais novo e o filho do meio aparece apenas quando os irmãos ficam cansados.
Lenda da Iara
Símbolo de beleza, bravura e força, Iara era uma indígena admirada por muitos. O seu sucesso causava inveja aos seus irmãos que planejavam matá-la. Durante um banho no rio os irmãos de Iara a atacaram, ela tentou lutar mas ficou gravemente ferida. Segundo a lenda, os peixes salvaram Iara, que se transforma numa bela sereia que passa a habitar os rios da região da Amazônia.
Com seus longos cabelos negros e canto melodioso, Iara atrai os homens para as profundezas dos rios para afoga-los. Segundo a lenda, quem consegue escapar, enlouquece e somente pode ser curado por um pajé.
Lenda do Guaraná
O fruto do Guaraná chama atenção pela sua semelhança com o formato de olho. Segundo o folclore local, o fruto se originou após um pequeno indígena ser picado por uma cobra enquanto colhia frutas da floresta. Segundo a lenda, os pais do menino não conseguiam ter filhos, mas depois de pedirem ao deus Tupã, tiveram um menino saudável que era muito querido pela tribo onde vivia. O menino era conhecido como Cauê.
O deus da escuridão ficou invejoso e decidiu matar o menino. Assim, num dia em que ele tinha saído para apanhar frutos na floresta, o deus da escuridão, Jurupari, se transformou em uma serpente e o matou com uma mordida. Tupã mandou plantar os olhos do índio. Deles nasceu uma árvore de frutos, a qual é conhecida como o guaraná.
Lenda do Boto cor-de-rosa
Uma das lendas mais conhecidas é a do boto-cor-de-rosa que se transforma em um jovem galanteador. Vestindo seu chapéu branco que usa para tentar esconder orifício que ele tem no alto da cabeça para respirar e para esconder o nariz pontudo, o moço seduz as moças solteiras mais bonitas da festa.
A transformação de boto em homem acontece nas noites de lua cheia, principalmente em festas juninas. Após seduzir as moças, ele as leva para o rio onde as engravida e as abandona. Na cultura popular amazônica acredita-se que comer a carne do boto pode levar à loucura e ao encantamento.
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