O dia 11 de agosto marca a celebração anual do “Dia do Advogado” e conta com um marco histórico para os defensores da justiça no Brasil. Há quase dois séculos, mais precisamente neste mesmo dia em 1827, as primeiras faculdades de Direito do país foram inauguradas. Inicialmente excluídas destes espaços, as mulheres têm hoje muitos motivos para celebrar a data: desde 2021, representam a maioria dos profissionais da advocacia brasileira.
Dados do 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (PerfilAdv), levantamento inédito produzido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), mostram que a profissão já conta com 50% de mulheres, 49% de homens e 1% pertencente a outras identidades de gênero. Em 2021, foi a primeira vez na história que elas representaram a maioria, sendo o número de advogadas de 610.369 e de advogados de 610.207, conforme o quadro da advocacia mantido pelo Conselho à época.
Seguindo os passos de Myrthes Gomes de Campos – primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil –, a nova geração de advogadas faz a diferença no universo jurídico, até mesmo ocupando posições de destaque e liderança. É o caso de Mariana Monte Alegre Serafim, que assumiu recentemente, aos 29 anos de idade, a diretoria jurídica da filial amazonense do Nelson Wilians Advogados (NWADV), maior escritório de advocacia empresarial da América Latina.
Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), com especialização em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), ela pontua que seu interesse na área jurídica surgiu da admiração que tem por outra advogada, sua própria mãe. “Desde muito jovem, acompanhei a rotina dela e me inspirei em sua determinação e paixão pela profissão. Essa convivência despertou em mim o desejo de seguir os passos dela e me dedicar à advocacia, imaginando-me trabalhando com as mesmas questões e desafios que ela enfrentou”.
Ao longo de uma carreira de seis anos, a jovem advogada tem se dedicado à tributação diferenciada na Zona Franca de Manaus (ZFM), atuando ativamente na proteção e orientação de empresas sediadas na região e no reforço ao modelo sustentável local. “Recentemente, com a reforma tributária, minha atuação tem se concentrado em orientar clientes e analisar o texto do projeto da reforma para garantir a continuidade do modelo da ZFM. Esse envolvimento com as mudanças legislativas é vital para assegurar que as empresas possam se adaptar às novas exigências fiscais sem perder os incentivos essenciais para sua operação”, comenta.
Empoderamento
Um dos legados mais importantes das mulheres na advocacia brasileira é a promoção da igualdade de gênero e a ampliação do acesso à justiça, segundo Mariana. “A crescente presença de mulheres em posições de liderança inspira as novas gerações, fortalecendo a diversidade e a representação na profissão jurídica”, destaca.
A especialista em Direito Tributário reforça que, embora ainda existam desigualdades de gênero em muitos ambientes do mercado de trabalho e que preconceitos e desafios persistam, o empoderamento das mulheres está avançando de forma positiva e a luta por espaços deve se manter ativa.
“Minha experiência pessoal tem sido muito boa. No nosso escritório, vemos muitas mulheres em cargos de liderança, demonstrando competência, técnica e força, o que é inspirador. O aumento no número de advogadas também é um sinal encorajador de que estamos cada vez mais qualificadas e conquistando nosso espaço. É essencial continuar trabalhando para criar um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todos”.
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