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A Companhia Transversal de Artes Integradas (AM) foi destaque no XXXII FESTIVALE – Festival de Teatro do Vale do Paranhana, levando para casa seis prêmios com seu espetáculo de estreia, Viper Paradise, além de conquistar nove indicações na categoria adulto. A montagem marcou o festival com uma estética pulsante e uma narrativa que rompe barreiras, emocionando plateia e crítica. O festival aconteceu neste mês de julho, na cidade de Rolante (RS).
Entre os prêmios conquistados estão os de Melhor Espetáculo, Melhor Direção (Felipe Maya Jatobá), Melhor Texto Original (Felipe Maya Jatobá), Melhor Trilha Sonora, Melhor Atriz (Nicka) e Melhor Ator Coadjuvante (Felipe Maya Jatobá). O espetáculo também foi indicado nas categorias de Melhor Caracterização, Melhor Figurino (Henrique Dias) e Melhor Iluminação.
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Mais do que uma vitória artística, o reconhecimento carrega um profundo valor simbólico. Viper Paradise é a primeira obra teatral da Companhia Transversal de Artes Integradas e foi concebida por um coletivo majoritariamente formado por pessoas trans, periféricas e amazônidas. “Ver essa obra reconhecida de forma tão intensa e afetuosa nos enche de emoção, coragem e esperança”, afirma a atriz Nicka, fundadora da companhia.
Para o grupo, cada prêmio recebido é uma resposta sensível da cena teatral à presença de corpos e vozes historicamente excluídos. “São portas que se abrem para narrativas que carregam memória, política, sensualidade e presença. É um reconhecimento que nos diz: sim, existe espaço para nós. Sim, nosso trabalho importa”, diz ela.
Viper Paradise tem ótima recepção
Durante a apresentação de Viper Paradise no festival, a recepção do público foi comovente. “A plateia estava visivelmente emocionada, atenta, respirando com a gente”, relata Nicka. Após o espetáculo, um debate reuniu espectadores para compartilhar impressões, fazer perguntas e parabenizar o grupo.
“O mais bonito foi ver que uma parte significativa do público permaneceu para nos ouvir, fazer perguntas, trocar impressões e nos parabenizar. Esse espaço de escuta e diálogo reforçou pra nós o quanto a obra chegou no outro. Foi mais do que uma apresentação: foi um encontro real”, relembra Nicka.
Ainda segundo a fundadora, o diferencial de Viper Paradise está, antes de tudo, em quem faz e como faz. Por ser um espetáculo protagonizado, dirigido, escrito e produzido por pessoas trans e isso, por si só, romper com a lógica excludente de muitos espaços cênicos.
“Mas para além da representatividade, o diferencial está na forma como a obra se constrói: uma estética potente que mistura memória, sensualidade, boate, glamour, abandono e afeto, tudo embalado numa dramaturgia autoral e profundamente sensível. O espetáculo convida o público a entrar nesse universo através da emoção e da interação. É um teatro que olha nos olhos, que dança junto, que provoca e abraça”, finaliza ela.
Ambientada durante o período mais violento da ditadura militar, Viper Paradise se desenrola na boate de mesmo nome, local comandado por Verônica Bourbon, interpretada pelo ator Felipe Maya Jatobá. A boate, vibrante e cheia de brilho durante a noite, revela-se um espaço de acolhimento, mas também de tensão e perigo quando o dia amanhece.
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