Laboratório de História da UFAM promove evento sobre ditadura na Amazônia

Com o tema “A ditadura na Amazônia e os usos políticos do passado”, a Jornada de Debates em História da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) promete ser um dos mais importantes encontros acadêmicos de 2025 dedicados à análise crítica do regime militar no Brasil e seus efeitos na região amazônica. O evento será realizado entre os dias 26 e 29 de agosto, no Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS/UFAM), em Manaus, e é aberto ao público.

Organizado pelo Laboratório de Estudos sobre História Política e do Trabalho na Amazônia (LABUHTA) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da UFAM(PPGH), o encontro contará com a participação de pesquisadores e pesquisadoras de destaque nacional, como Beatriz Kushnir (UNIRIO), Pedro Henrique Campos (UFRRJ), Edilza Fontes (UFPA) e Jane Beltrão (UFPA), nomes de referência no Brasil nos estudos sobre autoritarismo, memória, direitos humanos e resistências.

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De acordo com o coordenador do LABUHTA, professor César Augusto Queirós, a escolha do tema reflete uma urgência política e acadêmica. “A ditadura na Amazônia ainda é uma história parcialmente silenciada. Nosso objetivo é reunir especialistas que ajudem a compreender não apenas o que se passou durante o regime militar, mas também como esse passado continua sendo mobilizado politicamente no presente e também expor todos os trabalhos produzidos localmente”, afirma ele.

A programação da Jornada é ampla e inclui palestras, mesas-redondas, lançamentos de livros e simpósios temáticos que abordarão desde a repressão aos povos indígenas e trabalhadores da Amazônia até os impactos do autoritarismo na imprensa, na cultura letrada, nas relações de poder e nos mundos do trabalho — sempre com interseções de gênero e raça.

Os simpósios temáticos, onde serão apresentadas as pesquisas de historiadoras e historiadores locais, incluem temas como “Os povos indígenas da Amazônia nos anos de chumbo da Ditadura Militar”, “Trabalho e Trabalhadores na região Amazônica”, “Anos de chumbo na Amazônia: impactos e desdobramentos da Ditadura Militar”, “História Política e Relações de Poder”, “Gênero, raça e mundos do trabalho” e “Imprensa, cultura letrada e mundos do trabalho”.

As inscrições para ouvintes são gratuitas e garantem certificação. Já quem pretende apresentar trabalhos acadêmicos nos simpósios pode se inscrever até o dia 1° de agosto, CLICANDO AQUI.

Mais do que um evento acadêmico, a jornada se apresenta como um espaço de memória, resistência e reflexão crítica sobre o Brasil de ontem e de hoje. Para o professor César Queirós, o debate sobre a ditadura é também um ato de compromisso com o presente. “Vivemos um tempo em que os discursos negacionistas tentam reabilitar a ditadura. Por isso, é fundamental trazer à tona as vozes que resistiram, os dados da repressão e os impactos dessa experiência autoritária na Amazônia”, destaca.

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