Manaus se prepara para receber mais uma edição do Graffiti Queens Festival, evento que se consolida como um dos maiores festivais de arte urbana feminina da América Latina. Com o tema “Donas do Rolê’, a edição de 2025 será realizada nos dias 10 e 11 de maio, a partir das 9h, na entrada do Campo São Pedro, localizado na Avenida Nepal, Nova Cidade, na zona Norte da capital amazonense. O evento é em parceria com o coletivo cultural Movimento Nepal Vive.
Conforme Wɨra tini, idealizadora do Graffiti Queens, o projeto foi criado em 2016 e nasceu com a proposta de dar visibilidade à produção artística urbana feita por mulheres, especialmente aquelas do Norte e Nordeste do Brasil.
“O Graffiti Queens foi criado para difundir, divulgar e criar um cenário cada vez mais forte entre as mulheres que fazem arte urbana, tanto no Brasil quanto no mundo todo”, afirmou Wɨra.
Ao longo de nove anos, o Graffiti Queens enfrentou desafios como a busca por apoio e patrocínio, especialmente por ser um projeto idealizado por mulheres e, em sua parte, que são mães. Ainda assim, o festival cresceu, ganhou repercussão internacional e hoje inspira outros projetos semelhantes.
“A gente conseguiu fazer a primeira revista de graffiti feminino do mundo. Muitas artistas de fora do país se inscreveram para participar das edições, e isso mostra a força e o alcance do que estamos construindo”, ressaltou a idealizadora.
Em 2021, o festival marcou um feito histórico ao realizar o Yapai Waina, primeiro festival de grafite feminino da Amazônia, cujo nome é uma homenagem ao povo indígena Kokama.
“É um marco para a história da arte urbana. Um festival internacional focado nas mulheres da Amazônia, com um nome indígena, mostra que os povos originários estão presentes também na arte urbana”, destaca Wɨra.
Graffiti Queens Festival tem programação diversa e foco na comunidade
A edição de 2025 promete uma programação voltada à ocupação criativa e à formação artística. No dia 10 de maio, oficinas e workshops serão realizados, incluindo um workshop de skate para mulheres e crianças, em parceria com a Associação ZN, da Zona Norte de Manaus. O objetivo é viabilizar o primeiro contato das mulheres e meninas da comunidade com o esporte, principalmente em relação às que não moram na região e desejam participar, podem se inscrever pelo link do Google Forms disponibilizado no @gqfestival, no Instagram.
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A proposta deste ano, com o tema ‘Donas do Rolê’, busca reafirmar o direito das mulheres a ocuparem os espaços urbanos e culturais.
“Estamos falando de um festival internacional, que fortalece a arte urbana na Amazônia e ao mesmo tempo movimenta o território onde acontece. A ideia é criar essa rede de mulheres artistas e incentivar que meninas possam se ver nesse lugar também. Queremos que meninas e mulheres se inspirem, entendam que têm essa competência, e que não desistam no caminho. Nosso papel é incluir, apoiar e construir essa rede de apoio entre mulheres da arte”, ressalta Wɨra tini.
O evento também incluirá atividades esportivas, como amistosos de futebol, apresentações de DJs e oficinas de grafite. Com isso, o festival busca integrar diferentes linguagens artísticas e mobilizar a cena cultural local.
O Grafitti Queens é contemplado pelo Edital Macro de Chamamento Público nº 004/2024 – Projetos Culturais, na categoria Hip-Hop.
Mais do que um festival de grafite, o Graffiti Queens é um projeto diversificado. Exemplo disso, é a criação da Revista Graffiti Queens, que visa o registro e divulgação do trabalho de mulheres na arte urbana e tem foco em ser uma fonte de pesquisa tanto no país quanto internacionalmente.
“O conteúdo que a gente coloca na revista são imagens de trabalho de artistas. Os temas são diversos, já tivemos falando sobre a vida das mulheres, sobre a história do grafite, sobre festivais de arte urbana feita por mulheres. Lançamos a terceira edição da revista no México, temos projetos tanto do Norte, do Nordeste, do Sul e Sudeste, sobre o trabalho e projetos de mulheres que acontecem nessas regiões para as pessoas ficarem sabendo e ter esse documento escrito”, explica Wɨra.
A terceira edição da revista teve a primeira fotógrafa de graffiti no mundo, Martha Cooper, como capa e em uma entrevista exclusiva para a edição. Mais detalhes sobre novas publicações podem ser acompanhados pelo Instagram @revistagraffitiqueens.
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