Manaus tem mais de 112 mil pessoas em áreas de risco, aponta estudo

Um novo relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou que cerca de 112 mil pessoas em Manaus vivem em áreas classificadas como de risco alto e muito alto. O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 27 de agosto, identificou 438 setores na cidade com potencial para desastres naturais como deslizamentos, enchentes, alagamentos e erosões.

O documento foi entregue à Defesa Civil de Manaus, com o objetivo de subsidiar ações de prevenção e planejamento urbano. Dos setores mapeados, 362 foram classificados como de risco alto (R3) e 76 como de risco muito alto (R4), indicando a urgência das intervenções.

Houve um aumento significativo na população em situação de vulnerabilidade em comparação com o levantamento anterior, de 2019. Naquele ano, 73 mil pessoas viviam em áreas de risco. Atualmente, esse número subiu para 112 mil, refletindo a expansão das zonas vulneráveis na cidade.

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Todas as zonas urbanas de Manaus apresentam áreas de risco, com as zonas Leste e Norte concentrando o maior número de setores e domicílios vulneráveis. Bairros como Jorge Teixeira, Cidade Nova, Gilberto Mestrinho, Alvorada, Mauazinho e Nova Cidade são os mais afetados, somando 194 setores de risco alto e muito alto, com mais de 13 mil residências e cerca de 52 mil habitantes.

O pesquisador em geociências do SGB, Elton Andretta, apontou o crescimento urbano desordenado, que ocorre há décadas, como o principal fator para a existência dessas áreas de risco. A rede de igarapés e rios que corta a cidade agrava a vulnerabilidade, tornando as ocupações irregulares em planícies de inundação e margens de rios propensas a enchentes, alagamentos e erosões.

O estudo destaca que os meses de janeiro a abril, período de maior volume de chuvas, concentram a maioria das ocorrências de desastres. Para mitigar os riscos, o SGB recomenda que os 76 setores classificados como de risco muito alto sejam priorizados com obras de contenção e ações não-estruturais, como a implementação de sistemas de alerta.

A pesquisa utilizou tecnologias avançadas, incluindo imagens de alta resolução, drones e dados do Censo 2022 do IBGE, para oferecer estimativas populacionais mais precisas e um mapeamento detalhado das áreas de risco. O mapeamento é uma ferramenta crucial para apoiar municípios na prevenção de desastres. No Brasil, mais de 1.700 cidades já receberam estudos semelhantes, auxiliando na gestão de riscos e no planejamento urbano.

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