A informação de que o azeite é um alimento benéfico para a saúde, é domínio público. No entanto, o que nem todo mundo tem clareza é que o óleo extraído das oliveiras, tão comum na dieta mediterrânea é realmente benéfico se ele cumprir uma série de requisitos que envolvem desde a colheita e seu processamento até mesmo a forma em que é armazenado e usado.
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Nesse sentido, Tassos Kyriakides, professor assistente de bioestatística na Escola de Saúde Pública de Yale explica que os benefícios para a saúde vêm de uma conjunção de fatores ou componentes do azeite. “O principal deles é o ácido oleico, que demonstrou trazer benefícios muito saudáveis.
Também não se pode ignorar que a alta concentração de polifenois do azeite tem o seu papel para a nossa saúde. Isso porque, eles são uma espécie de antioxidante que ajuda na proteção de danos celulares e inflamações no corpo.
Colheita e processamento
As marcas que trabalham com azeite de alta qualidade imprimem cuidado em todo o processamento, a iniciar pela colheita. Isso porque, o azeite feito com azeitonas muito verdes, cuidadosamente colhidas e que ainda não amadureceram totalmente, apresentam um resultado melhor quando se trata da concentração de componentes saudáveis.
Outro ponto que merece atenção é a rapidez entre a colheita e o processamento. “Algumas empresas têm moinhos e processamento próprios onde, em duas horas, podem retirar os frutos das árvores, colocá-los no moinho e obter o produto”, explica Kyriakides. Essa corrida contra o tempo evita, ou pelo menos, minimiza, as chances de oxidação e fermentação da fruta.
É importante ressaltar que não deve haver mais do que alguns dias entre a colheita e o processamento. E é justamente a forma como ocorre o processamento deste óleo que implica em um dos maiores fatores para saber se o produto é ou não saudável. Na prática, o azeite de oliva extra virgem é a versão mais saudável justamente porque é prensado a frio e apenas uma vez. Neste procedimento não há altas temperaturas, nem mesmo solventes químicos, ajudando a reter os nutrientes.
Frescor e armazenamento
A grande questão é como saber quando e em que condições as marcas colhem e processam as azeitonas para a produção do azeite. Mas a verdade é que pode ser mais simples do que parece. Isso porque, com o aumento do consumo do azeite atrelado aos benefícios para a saúde, algumas empresas passaram a colocar esses detalhes nos rótulos dos produtos. Em muitos casos, essas informações em um QR Code presente na embalagem.
Independente disso, outra dica é verificar as datas de colheita, processamento e engarrafamento, além do prazo de validade. Assim é possível obter um azeite mais fresco. A escolha ideal são as garrafas que não levam mais de três meses entre o prazo de colheita até chegar à prateleira. Ou seja, quanto mais longe estiver do prazo de validade, mais fresco será o produto.
Nesse sentido, o Conselho Oleícola Internacional também emitiu recomendação para que as marcas limitem o prazo de validade a não mais de dois anos após o engarrafamento.
Armazenamento
Assim como compostos de chá ou mesmo do chocolate, os do azeite também degradam com o tempo. Esse processo também é acelerado se houver um armazenamento inadequado, seja em um ambiente quente ou mesmo exposto à luz, ou ao ar.
Portanto, o ideal é sempre armazenar o azeite em ambiente fresco e em uma garrafa de vidro escura. Também vale destacar que a importância de um ambiente fresco é também o mesmo motivo pelo qual se deve consumir o óleo cru. Em outras palavras, é melhor usá-lo em um molho para salada, por exemplo, do que para cozinhar. De toda forma, ele é mais saudável do que os óleos que costumamos usar nos preparos do dia a dia.
Em casa
Além de observar as informações referentes às datas de colheita e processamento, o sabor também é um bom indicativo do frescor do azeite. Assim, quanto mais sabor houver no azeite, mas benefícios para a saúde. Essa relação existe porque os compostos responsáveis por trazer saúde ao organismo são os mesmos que realçam o sabor do alimento.
Para se habituar ao sabor do azeite, um exercício possível é abrir a garrafa assim que chegar do supermercado e prová-lo. Essa simples ação pode ser uma aliada no desenvolvimento do paladar. Contudo, se ficar com um gosto rançoso de giz de cera ou mesmo de nozes estragadas na boca, pode pedir o reembolso ou substituição do produto.
Por fim, o ideal é consumir o azeite o mais rápido possível. Isso porque, com o passar do tempo, tanto os benefícios para a saúde quanto o sabor diminuem com o envelhecimento do alimento.
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