Moradores da Comunidade Coração de Mãe, no bairro Distrito Industrial I, na zona leste de Manaus, estão denunciando a morte de peixes e árvores provocadas por um crime ambiental na região. As imagens registradas em câmeras de celular são chocantes e revelam centenas de animais mortos dentro da água e a vegetação nativa secando.
A situação tem causado revoltada na população, que acusa empresas instaladas na região pelo crime ambiental. Esta semana, eles registraram com câmeras de celular o momento em que funcionários de uma delas realiza o descarte de resíduos químicos na área cercada pela floresta nativa. A sujeira percorre quilômetros de distância até chegar ao igarapé.
Os moradores contam que a mata está morrendo por causa da sujeira que a joga “lá de cima”.
Em denúncia ao Segundo a Segundo, moradores da comunidade afirmam que não é a primeira vez que os peixes morrem com o descarte incorreto dos resíduos e que, mesmo com denúncias às autoridades, nada foi feito.
Nós aqui da comunidade temos um balneário aqui, onde vem gente de fora tomar banho, nós da comunidade, as crianças. A gente atravessa diariamente esse lago, as crianças, para irem e voltarem da escola, ir ao posto, pegar ônibus e estamos passando por essa água contaminada. A gente pede uma solução do poder público”
disse o morador Eudóxio Santos.
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A Comunidade Coração de Mãe já existe há mais de dez anos e a manter o igarapé preservado sempre foi uma preocupacão das famílias que vivem ali.
“Esse produto químico afeta todo mundo, o peixe que a gente come. As vezes, a gente vê morador da nossa comunidade tarrafeando e jogando rede para pescar o peixe. Isso é muito perigoso para a gente que está comendo esse peixe contaminado. As autoridades precisam questionar essas empresas para não deixarem cair resíduos para o igarapé”, disse Eudóxio.
Antes do crime ambiental que está matando centenas de peixes e a vegetação nativa, o igarapé era utilizado para tomar banho, preparar comida e até lavar louça. Mas tudo começou a mudar com a chegada das fábricas.
“A gente vive irado aqui com o descaso do poder público, que a gente não tem acesso. Essa empresa fica na estrada do Puraquequara. A gente quer uma solução. A nossa comunidade, quando começou a ser construída, se preocupou em instalar uma fossa justamente para não deixar resíduos caírem no igarapé, para não poluir”, disse Eudóxio.
A reportagem do Segundo a Segundo questionou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAS) sobre a denúncia dos moradores e o porquê de nunca ter ido ao local para fazer a fiscalização. Porém, até o fechamento deste material, o órgão não enviou resposta. O espaço segue aberto para os devidos esclarecimentos.
Veja a área contaminada
Veja o registro dos moradores
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